Mesmo derrotado, Governo Federal, Dilma e o PT insistem em promover ensino da “ideologia de gênero” para crianças já aos 4 anos de idade

Apesar da expressiva derrota que a chamada “ideologia de gênero” sofreu no Congresso Nacional em junho de 2014, e das frequentes batalhas que tem perdido nas câmaras municipais e assembleias legislativas, o Ministério da Educação (MEC) continua a promover o controverso conceito de gênero na educação básica. Documentos emitidos pelo órgão após o termo ter sido rechaçado do Plano Nacional de Educação (PNE) recomendam que se trabalhe a questão da identidade de gênero, não como sinônimo de sexo, nem de orientação sexual, mas sim como “construção social” que abrangeria múltiplas opções e preferências sexuais. Numa nota técnica recente, por exemplo, o MEC recomenda, inclusive, que conteúdos e competências relacionados ao conceito gênero sejam ensinados desde a Educação Infantil, a crianças de 4 anos de idade.
Esses documentos formam a principal base para críticos acusarem o governo de não respeitar o resultado das votações. Os intensos debates e numerosas audiências públicas ocorridas antes da aprovação do PNE, parecem não ter sido suficientes para o MEC considerar a majoritária rejeição a teoria de gênero como democrática.  Numa nota pública emitida em 1º de setembro de 2015, o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão do ministério, manifestou sua “surpresa” com planos de educação que têm “omitido, deliberadamente, fundamentos, metodologias e procedimentos em relação ao trato das questões de gênero”.
A mesma nota afirma que “encaminha-se para a elaboração de Diretrizes Nacionais de Educação voltadas para o respeito à diversidade, à orientação sexual e à identidade de gênero”, ignorando, na prática, a decisão do Congresso Nacional, das câmaras municipais e das assembleias legislativas que rechaçaram o conceito de gênero proposto pelo governo. O CNE conclui o documento dizendo que “sejam tratados como incompletos” os planos em que haja “ausência ou insuficiência” no tratamento do assunto.
Poucos dias após a emissão da nota, o então ministro da Educação, Renato Janine, por meio da portaria nº 916, instituiu o Comitê de Gênero dentro do ministério, invocando entre os motivos para a criação do comitê a “necessidade de adoção de práticas pedagógicas e conteúdos curriculares que contemplem e respeitem as diversidades relativas a gênero”. Desde o dia 9 de setembro de 2015, este comitê tem a competência de “acompanhar e monitorar a implementação das ações do MEC que tenham foco nas questões de gênero”.Até agora, dos 15 estados que votaram seus planos de educação, dez vetaram qualquer referência ao termo gênero. Dos cinco que mantiveram, a legislação de três já incorporava o tema antes da aprovação do PNE e em apenas dois o resultado das votações foi favorável ao conceito. Nas 27 capitais, a derrota da “ideologia de gênero” foi unânime. De acordo com o pedagogo Felipe Nery, dirigente da Rede de Famílias, entidade que monitora as votações em todo o país, mesmo em Cuiabá, onde o tema já constava na legislação local, a situação foi revertida e o termo gênero excluído.
A Rede de Famílias informa que cerca de 3700 municípios já teriam votado seus planos municipais de educação, sendo que em 98% deles as referências à ideologia de gênero foram retiradas. Em aproximadamente 2000 municípios a votação ainda não ocorreu. 
O educador e membro do Observatório Interamericano de Biopolítica, Eduardo Melo, diz que o governo federal mostra desrespeito com a vontade da população e com o próprio PNE ao pressionar vereadores e secretarias de educação a incorporarem o conceito de gênero na educação básica. “É uma imposição evidente. Querem que esse conceito de gênero seja ensinado a qualquer custo”, diz.
O advogado Guilherme Beltrão de Almeida, outro crítico das medidas adotadas pelo ministério, diz que, com base no que ocorreu em de outros países, o MEC apostava que o ensino da identidade de gênero seria aprovado com facilidade, e dependia de uma legislação para legitimar suas ações. “A reação contrária os pegou de surpresa, eles não têm a legislação a seu favor e agora estão tentando outra forma de emplacar o que querem”.
Fonte: http://www.semprefamilia.com.br/mesmo-derrotado-no-legislativo-mec-insiste-em-promover-ensino-da-ideologia-de-genero/